A poluição ambiental se mantém como uma das maiores preocupações globais, sendo que a chuva ácida já ocupou o centro das atenções por muito tempo. Atualmente, no entanto, estudos apontam para uma ameaça ainda mais séria proveniente do céu: os microplásticos.
Essas partículas minúsculas, invisíveis a olho nu, estão se tornando um risco significativo tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana. Elas são encontradas na chuva que cai sobre cidades, mares e áreas rurais. Os microplásticos, que são fragmentos de plástico menores que 5 milímetros, surgem da degradação de produtos plásticos descartados.
Uma pesquisa divulgada na revista Environmental Science & Technology mostra que essas partículas estão sendo dispersas pela atmosfera e depositadas no solo e na água por meio da precipitação.
Ao contrário da chuva ácida, cujos efeitos podem ser amenizados com a redução das emissões de poluentes como dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx), os microplásticos apresentam uma remoção extremamente complicada.
Ademais, uma pesquisa realizada pela Universidade de Utah, nos EUA, revelou a presença dessas partículas até mesmo em locais inóspitos como a Antártida e o Monte Everest.
Microplásticos na chuva e seus impactos
Esses microplásticos podem ser inalados ou ingeridos, acumulando-se no corpo humano. Um estudo da Universidade de Hull, no Reino Unido, identificou essas partículas nos pulmões, no sangue e até na placenta de fetos.
É importante destacar que o impacto preciso ainda está em investigação; contudo, há indícios de que eles possam provocar inflamações, estresse celular e distúrbios no sistema endócrino.
No ambiente, essa contaminação afeta negativamente ecossistemas aquáticos e terrestres. Segundo um estudo publicado na revista Nature Geoscience, os microplásticos são transportados por correntes atmosféricas e impactam a biodiversidade mesmo em regiões distantes de sua origem.
Soluções para conter a poluição por microplásticos
Face a essa situação alarmante, os cientistas propõem várias estratégias para mitigar a contaminação:
- Incentivar o uso de materiais biodegradáveis e diminuir a produção de plásticos descartáveis;
- Promover melhorias na gestão de resíduos através do investimento em reciclagem e tratamento adequado para prevenir a degradação do lixo plástico no ambiente;
- Desenvolver tecnologias avançadas para filtrar microplásticos dos sistemas de abastecimento de água e monitorar sua presença no ar.
Além disso, pesquisadores da Universidade de Utah enfatizam que é crucial que governos, indústrias e a sociedade em geral adotem medidas eficazes para enfrentar essa ameaça crescente ao meio ambiente e à saúde pública.